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Os segmentos de luxo em que ainda não há motivos para comemorar

O mercado de luxo, de maneira global, vem apresentando um considerável aquecimento nos últimos tempos. E a maneira mais fácil de comprovar isso é analisando os dados de faturamento divulgados pelas principais marcas do setor que, em sua maioria, apresentam crescimento em relação ao último ano fiscal.

Entretanto, alguns setores tradicionais do segmento de alto padrão ainda estão registrando resultados que não podem ser considerados motivos de comemoração. O periódico The Wall Street Journal publicou uma matéria recentemente que indicava que as vendas de apartamento em Nova York atingiram o menor nível em seis anos. Algumas coberturas localizadas na big apple estão à disposição de novos compradores há meses e, até mesmo, anos, o que é uma realidade pouco comum para o mercado imobiliário da cidade.

Em Miami, outro polo imobiliário que vem crescendo muito em função do aporte de investidores e compradores estrangeiros no país, a situação é semelhante. Alguns condomínios de luxo lançados estão levando um tempo que se estende entre quatro e seis anos para finalizar as vendas de todas as unidades.

[caption id="attachment_46910" align="alignnone" width="950"] O segmento de moda, apesar dos bons resultados de algumas das principais marcas da atualidade, também tem sofrido devido aos novos hábitos de consumo[/caption]

O universo fashion também atravessa um momento de instabilidade e parte disso se deve aos novos modelos de consumo. Ao invés da tão criticada ostentação, as pessoas com maior poder aquisitivo estão preferindo a discrição e, dessa forma, comprando menos roupas e acessórios de moda.

O segmento joalheiro também vem apresentando resultados pouco expressivos. Para tentar contornar a situação, marcas icônicas como a Bvlgari já adotaram a estratégia de oferecer a seus clientes coleções com preços mais atrativos. A Tiffany & Co., por sua vez, vem atravessando um momento conturbado que já se estende desde 2016.

[caption id="attachment_46912" align="alignnone" width="894"] Marcas ícones do mercado joalheiro, como a Tiffany & Co. e a Bvlgari, estão buscando alternativas para superar o momento de retração nas vendas[/caption]

Outros setores tradicionais do mercado de luxo como as artes e o segmento destinado aos carros clássicos também apresentaram um importante recuo nas vendas registradas ultimamente. É impossível prever se essa realidade irá persistir ou se os níveis de consumo voltarão aos mesmos de dias mais promissores, entretanto, é fundamental desde já as marcas percepção por parte das empresas que atuam no setor que, assim como ocorre na maioria dos nichos mercadológicos, o mercado de luxo está sujeito a oscilações sociais e econômicas.

Manu Berger

Com cursos sobre o Mercado do Luxo em Paris, Milão, Londres e Nova York, Manu Berger é a fundadora da Terapia do Luxo, uma revista digital voltada para o público de bom gosto. Com atualizações diárias o endereço é pioneiro no segmento high-luxury no sul do país.