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Pharrell Williams, Louis Vuitton e os rumos do mercado de luxo

Quem não acompanha com regularidade o universo do luxo e o segmento de moda pode achar curioso e até mesmo estranho a escolha de Pharrel Williams como o novo diretor criativo da Louis Vuitton. Afinal, o questionamento faz algum sentido: qual a relação de um dos maiores cantores pop da atualidade com o setor de alto padrão?

Entretanto, basta um conhecimento um pouco mais aprofundado do assunto para saber que muitos são os aspectos que ligam o artista norte-americano aos rumos do mercado de luxo.

O primeiro e mais evidente é o relacionamento de longa data que existe entre Pharrel Williams e algumas das marcas mais conceituadas da atualidade. O cantor já desenvolveu collabs com grifes como a própria Louis Vuitton e marcas como a Nike, mostrando um olhar diferenciado e inovador sobre o universo fashion.

Do ponto de vista do mercado da moda, vale lembrar que desde o falecimento prematuro de Virgil Abloh, que ocupava o cargo de diretor criativo da grife francesa, algumas personalidades estavam em evidência para substituir o designer e o nome do cantor foi um dos que ganhou bastante projeção.

Comercialmente falando, a nomeação de Pharrel também vem ao encontro dos novos caminhos que a Louis Vuitton pretende desbravar daqui para a frente. A ideia da grife é expandir os negócios para diversos setores do universo do luxo e a escolha de um artista de grande evidência mundial, com certeza, contribuirá muito nesse projeto.

Outro ponto de bastante importância nessa análise é a extrema relevância e credibilidade que o cantor norte-americano possui dentro do mundo dos negócios. Além das já citadas colaborações com marcas ícones do mercado mundial, Williams também exerce seu lado empreendedor a frente de empresas de moda e beleza.

Por fim, e talvez mais importante, esteja o fato de que a escolha de um artista de grande importância no cenário internacional para comandar uma das mais importantes grifes do mundo, comprova que as marcas ligadas ao universo do luxo deixaram há muito tempo de ser empresas para se tornarem verdadeiramente entes culturais.

Os consumidores modernos desejam cada vez mais estabelecer relações autênticas e genuínas com as suas marcas preferidas e, nesse sentido, cabe às empresas e organizações encontrar formas de promover e fortalecer essa conexão. A escolha de Pharrel Williams, com certeza, deixará a Louis Vuitton, seus clientes e o mercado de luxo muito mais “happy”.

Manu Berger

Com cursos sobre o Mercado do Luxo em Paris, Milão, Londres e Nova York, Manu Berger é a fundadora da Terapia do Luxo, uma revista digital voltada para o público de bom gosto. Com atualizações diárias o endereço é pioneiro no segmento high-luxury no sul do país.