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O metaverso e o novo “El Dorado” do mercado de luxo

Gucci, Nike, Ralph Lauren, Fornite, Burberry e Itaú. Além de serem ícones dentro dos seus respectivos segmentos de mercado, essas marcas possuem outro atributo em comum: todas elas já elaboraram alguma ação focada no metaverso.

E motivos não faltam para esse interesse pela plataforma que propõe a união entre o mundo físico e a realidade virtual. De acordo com um relatório produzido pela empresa de consultoria McKinsey & Company, os gastos globais no metaverso devem atingir 5 trilhões de dólares até o ano de 2030.

O estudo publicado no ano passado teve como análise principal cinco áreas: jogos, socialização, fitness, comércio e aprendizado remoto. Outras conclusões da pesquisa que chamam a atenção é que 60% dos consumidores entrevistados preferem realizar ao menos uma dessas atividades no mundo virtual no comparativo com o ambiente presencial e do total de consumidores ativos no metaverso, aproximadamente 79% já realizou alguma compra.

Dentro do mercado nacional as ações no metaverso também já começaram a se manifestar. As Lojas Renner, referência no varejo de moda nacional, inaugurou um espaço dentro do jogo Fornite e promoveu uma enquete interativa na qual os participantes poderiam escolher as estampas e peças comercializadas pela loja.

Para as empresas brasileiras que atuam no mercado de alto padrão e desejam entrar nesse admirável mundo novo, é fundamental ter a consciência de que a tecnologia é realmente um divisor de água no processo. Se a organização não detém um suporte confiável, é necessário quebrar esse paradigma e fortalecer os investimentos na área. Recursos de realidade virtual, inteligência artificial, criptomedas e as já amplamente conhecidas NFTs (tokens não fungíveis) são conceitos chaves nesse novo universo e requerem, além de muita tecnologia, profissionais capacitados para o seu manejo.

De acordo com o boletim “Tecnologia e Startups”, publicado pelo Sebrae em 2022, experimentar produtos e serviços em realidade aumentada é uma forma interessante de dar os primeiros passos no metaverso. Essa tecnologia permite a visualização de roupas, objetos e até mesmo projetos de arquitetura finalizados, mesmo ainda estando no papel.

É importante também ter em mente que o metaverso ainda se comporta como uma grande novidade para a maioria das verticais de negócio e que embora existam muitas ações de grande alcance e repercussão, não há uma fórmula que garanta o sucesso dentro do ecossistema digital. Um fato, porém, já se consolidou:saber lidar com essa nova realidade será um diferencial competitivo estratégico nessa corrida pelo novo “El Dorado” do mercado de luxo.

Manu Berger

Com cursos sobre o Mercado do Luxo em Paris, Milão, Londres e Nova York, Manu Berger é a fundadora da Terapia do Luxo, uma revista digital voltada para o público de bom gosto. Com atualizações diárias o endereço é pioneiro no segmento high-luxury no sul do país.