Colunistas
Nordeste precioso

Destaque no design de joias e produção de pedras desejáveis, região atrai olhares luxuosos.

Com uma enorme riqueza cultural e gastronômica já internacionalmente conhecidas, o nordeste também fincou sua bandeira em outro segmento: o da joalheria, exportando assim expertise de profissionais renomados e pedras atualmente cujo valor excede o diamante.

A Turmalina Paraíba, por exemplo, uma das pedras mais desejadas na atualidade, foi descoberta em 1980 em São José da Batalha, no Estado da Paraíba. Inicialmente tornou-se febre entre japoneses e europeus aficionados por joias. Por ano são extraídos apenas 20 mil quilates de turmalinas paraíbas contra os 158 milhões de quilates de diamantes extraídos no mundo. Logo, devido a sua escassez, atualmente ela acaba sendo mais “preciosa” e cobiçada do que o próprio diamante.

A pedra hipnotiza devido à cor, um azul intenso iluminado, tom este resultado da soma de seus componentes químicos, tais como cobre, ferro e manganês. Isso também explica a variação tonal que uma Turmalina Paraíba pode ter: desde o verde esmeralda, passando por turquesa, azul da cor do céu, até azul mais elétrico. A cor mesmo aparecerá apenas após a lapidação desta.

A mina do interior paraibano não está mais em atividade, porém, o nome “Paraíba” foi incorporado com perfeição à gema e manteve-se como homenagem ao local da descoberta. Atualmente, a gema é encontrada em apenas quatro minas no mundo, a citar dois como Nigéria e Moçambique. Porém, como foi nosso solo o responsável pelo inicio da extração e consequentemente o desejo por este minério de azul intenso iluminado, o nome manteve-se.

Falando neste universo precioso, entre ouro e pedras, impossível não citar um dos maiores nomes da joalheria contemporânea: Clementina Duarte. Pernambucana, Clementina formou-se em arquitetura, tendo sido aluna de Oscar Niemeyer, porém, logo se apaixonou pelo designer de joias ao fazer um curso deste segmento na França. Com 50 anos de sucesso, suas peças que já figuraram desfiles de Pierre Cardin e Oscar de La Renta, trazem sempre o nordeste e sua natureza entre as principais inspirações para as criações de Clementina, que é amplamente conhecida pelo traçado orgânico e linhas sinuosas que imprimem em suas peças, desejadas por nomes da aristocracia mundial. Para você ter ideia, a Princesa Irene, da Holanda e a Rainha Silvia, da Suécia são algumas das que possuem peças assinadas pela designer em seus acervos.

Toda essa áurea preciosa sobre o nordeste, e principalmente falando nesses dois Estados vizinhos (Pernambuco e Paraíba) conquistou também uma das maiores e mais luxuosas grifes de joias, a carioca Amsterdam Sauer. Apesar de não possuir operação no nordeste, a grife escolheu João Pessoa, capital da Paraíba, como um dos territórios para celebrar seus 75 anos de existência em um jantar onde foram expostas as mais recentes criações da marca. A cidade ao que sabemos foi a única no nordeste a receber o evento.

Imagem que abre a matéria: Turmalina Paraíba em peça de Ara Vartanian.

Crédito das imagens: Divulgação.

Estevão Rossi

Formado em moda, atua como colunista e consultor de imagem pessoal e corporativa. É palestrante e autor de artigos relacionados ao segmento de luxo, moda e comportamento. Parceiro fundador da In/Out, especializada em consultoria de imagem e vendas personalizadas, recrutam atualmente o seu trabalho, personalidades do mundo artístico, político, empresarial e jurídico.