Colunistas, Destaques
As perspectivas para o mercado de luxo em 2023

A proximidade do novo ano faz com o momento seja ideal para reavaliar o período que passou e, principalmente, refletir sobre as lições aprendidas com o mercado para o estabelecimento de estratégias de negócios ainda mais assertivas para o novo ciclo.

Se, em 2022, o mercado de luxo registrou excelentes resultados em praticamente todos os nichos de negócio, impulsionados pela demanda represada ainda em função da pandemia da Covid-19, no próximo ano a tendência de crescimento continua, ainda que com menor volume.

Confira, abaixo, cinco tendências que devem marcar o próximo ano no setor de alto padrão.

A consolidação do metaverso

Não é exagero afirmar que o metaverso se tornou um ambiente de negócio extremamente importante para as empresas de todos os setores. No mercado de luxo, essa realidade se destacou ainda mais, já que a maior parte das grandes ações ligadas ao novo ambiente digital tem alguma marca de alto padrão como realizadora. Em 2023, a perspectiva é que o metaverso realmente se consolide de forma definitiva como plataforma de negócios. A Meta, organização liderada por Mark Zuckerberg, já anunciou que vai dedicar 20% dos seus custos nessa área, indicando que, com certeza, muitas novidades vem por aí.

A reaproximação de marcas e consumidores

Um dos principais impactos resultantes das normas e protocolos de distanciamento social para o combate da pandemia foi o cancelamento ou adiamento de eventos, o que naturalmente provocou um afastamento das marcas com o seu público consumidor. Em 2022 essa situação começou a se normalizar e a tendências é que no próximo ano as marcas voltem a se conectar ainda mais com os clientes. Através de ativações presenciais, virtuais, híbridas e no metaverso, 2023 deverá ficar marcado pelo reestabelecimento do contato das marcas com seus admiradores.

A sustentabilidade como diferencial competitivo

As mudanças no perfil de consumo que se manifestaram nos últimos anos, tanto no Brasil quando no exterior, elevaram a sustentabilidade à condição de item de fundamental importância no momento da aquisição de um produto ou da contratação de um serviço. Por isso, as marcas e empresas que buscam atender as demandas dos clientes precisam investir de forma concreta na adoção de políticas sustentáveis. Muito mais do que apenas uma estratégia de marketing, a sustentabilidade precisa realmente estar presente em todas as etapas da cadeia produtiva do negócio.

A importância do mercado chinês

Um relatório divulgado pela consultoria Bain & Company neste ano apontou que a China se tornará o maior mercado do mundo ligado ao consumo de bens de luxo até o ano de 2025. Se, atualmente, o mercado chinês já faz parte das estratégias das principais marcas de alto padrão do mundo, essa tendências tende somente a se reforçar. Ícones do setor já estão reforçando sua participação no mercado asiático com novas lojas e espaços para atender os seus consumidores.

A certeza de que o cliente deve estar sempre em primeiro lugar

Neste ano acompanhamos uma trajetória singular da Balenciaga. A marca que vinha se destacando por suas ideias disruptivas, sua abordagem particular do segmento de moda e sua capacidade de inovação, acabou ousando demais. Um campanha da grife que flertava com temas de grande delicadeza foi mal recebida pelos mais diversos setores da sociedade e, entre outras consequências, promoveu um afastamento da marca de suas redes sociais. Adotar uma estratégia equivocado é algo que pode acontecer com qualquer marca de qualquer segmento, porém, é necessário aprender com a lição. O cliente sempre virá em primeiro lugar e cabe a todos os players do mercado entender essa certeza.

Crédito da imagem: The Burberry Shenzhen Store/Reprodução

Manu Berger

Com cursos sobre o Mercado do Luxo em Paris, Milão, Londres e Nova York, Manu Berger é a fundadora da Terapia do Luxo, uma revista digital voltada para o público de bom gosto. Com atualizações diárias o endereço é pioneiro no segmento high-luxury no sul do país.