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Beleza em tempos de pandemia: interesse por procedimentos estéticos não invasivos cresce durante quarentena

Muitas pessoas procuraram intervenções cirúrgicas por questões de saúde ou por estética, e segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, mais de 1,5 milhão de procedimentos estéticos são feitos no Brasil todos os anos. Somos hoje o país com o maior número de cirurgias plásticas estéticas do mundo, superando países como Estados Unidos, Alemanha e Itália. E se você acompanha influenciadores, dermatologistas ou cirurgiões plásticos nas redes sociais, provavelmente já percebeu que os procedimentos não pararam com a presença da Covid-19. Na verdade, existe um movimento mundial de crescimento da procura por esse tipo de prática.

E de acordo com uma pesquisa realizada pela Allergan em parceria com a SBD, Sociedade Brasileira de Dermatologia, e SBCP, Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, 82% dos brasileiros têm o desejo de mudar alguma característica do próprio rosto. A mesma pesquisa também apontou que a procura por procedimentos estéticos considerados não invasivos também aumentou impressionantes 390% nos últimos dois anos, durante o período de quarentena. Para a Dra. Monica Okamoto, cirurgiã plástica especializada no atendimento feminino, as restrições para realização de cirurgias não urgentes nos hospitais, impostas no início da pandemia, fez com que procedimentos estéticos que podem ser realizados em consultórios se tornassem uma opção.

“Com a pandemia do coronavírus e as medidas de quarentena e isolamento social necessárias para barrar o avanço do vírus, muitas pessoas foram obrigadas a ficar em casa, trabalhando e estudando diante do computador, passando horas em videoconferências e, muitas vezes, expondo características que nunca notaram antes. Nós não estávamos acostumados a nos olharmos dessa maneira por tanto tempo ou com tanta frequência”, afirmou a Dra. Monica. Para a cirurgiã, o confinamento em casa, o uso obrigatório das máscaras, que expõe e chama atenção para a região dos olhos, mas também o desejo de melhorar a autoestima em uma época de grande estresse e incerteza, ajudaram a aumentar a demanda por esses procedimentos estéticos não invasivos.

Portanto, em um momento tão incerto como esse pelo qual estamos passando, é certo dizer que muitas pessoas encontraram nos procedimentos estéticos, um refúgio e uma esperança de ter maior controle sobre o que acontece ao seu redor e consigo mesmas. O resultado da pesquisa da Allergan pode ser comprovado no aumento da frequência das visitas de pacientes às clínicas de estética e cirurgia plástica. Ainda segundo a Dra. Monica Okamoto, a procura por procedimentos do tipo aplicação da toxina botulínica, o famoso “botox”, ou dos fios de sustentação, fios bioestimuladores utilizados para o tratamento de flacidez, marcas de expressão e sulcos no rosto e pescoço, “aumentou considerável” em sua clínica, localizada no bairro Bela Vista, na capital paulista.

A cirurgiã plástica, porém, alerta que, apesar desses procedimentos serem considerados não invasivos, é preciso ter cautela e bom senso na hora de realiza-los. “Autoestima acima de tudo”, defende a médica. “Eu, particularmente, sou muito comedida e sem exageros. A harmonia entre o bem-estar e a estética deve ser prioridade, e o objetivo de entregar um resultado satisfatório, de forma responsável e equilibrada, sempre alinhando os desejos e anseios dos pacientes aos nossos conhecimentos e aprimoramentos técnicos, deve ser a nossa principal motivação como médicos e cirurgiões, devidamente gabaritados e especializados”, afirmou a Dra. Monica.

Manu Berger

Com cursos sobre o Mercado do Luxo em Paris, Milão, Londres e Nova York, Manu Berger é a fundadora da Terapia do Luxo, uma revista digital voltada para o público de bom gosto. Com atualizações diárias o endereço é pioneiro no segmento high-luxury no sul do país.